EDUCAÇÃO FÍSICA AUTONOMA
A educação física escolar é comumente confundida com educação esportiva escolar. Apesar de, com o passar dos tempos muitas novas propostas de tendências da Educação Física Escola (EFE) estarem sendo apresentada a comunidade escolar, os conteúdos sempre voltar às origens, ou seja, ao desenvolvimento do corpo, da saúde, da pratica esportiva, da formação de atletas, da capacitação de pessoas para o desempenho físico
Neste sentido a revista do (Confef, 2002, p. 5).
Entende-se a Educação Física escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, capacitando-o para usufruir os jogos, os esportes, as danças, as lutas e as ginásticas em beneficio do exercício critico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida.
Muitas vezes tenho me sentido um peixe fora da água quando em debates ou simples conversa com profissionais de Educação Física (EF) sobre as mudanças necessárias na EFE, a quase totalidade fala em mudanças, acredita em mudanças, pensa que está mudando e até tenta mudar as práticas de conteúdos, mas a essência é sempre o desenvolvimento da educação do físico pelo físico, e não do todo pelo físico.
A Proposta Curricular de santa Catarina para a EFE, assim como as diretrizes curriculares do estado do Paraná para a disciplina, estão escritas e enfatizadas que a educação física tem como função principal fazer com que os alunos que ingressarem no ensino infantil e fundamental, aprendam a reconhecerem-se como humanos. No entanto o que esta escrito nestas diretrizes consegue se concretizar em exemplos reais. Nesse sentindo, além de não perceber ninguém neste caminho, sinto certo desconforto em colegas ao abordar este tema, como se esta abordagem fosse própria de outro planeta que não a terra, pois como enfatiza a revista do Confef (2002, p.5).
[...] a disciplina Educação Física Escolar vem se baseando uma prática excludente, muitas vezes voltada para a formação de equipes esportivas representativas das escolas, vista pelos alunos como uma prática recreativa, como uma forma de “quebrar” o tempo do ensino intelectual.
Na verdade a EFE é falada e dita como disciplina fundamental na educação do ser humano, mas na prática o que se ensina cai sempre em direção ao aperfeiçoamento esportivo. Quando se fala em mudanças na EFE, muitos acreditam e fazem seu trabalho voltado não apenas para “jogar bola”, mas entendem que as mudanças pedidas são no sentido de; ensinar regras, ensinar o funcionamento do organismo, ensinar a importância do exercício físico para a saúde, ensinar para que serve o alongamento, ensinar os fundamentos do jogo para jogar bem, utilizar as ferramentas opcionadas como conteúdos estruturantes como um fim e não como um meio.
Segundo Tani et al, (1988, p.74)
[...] que a preocupação em refinar o padrão fundamental do movimento, antes que a performance seja relativamente madura, resultará no completo insucesso por parte da criança, com implicações negativas de ordem fisiológica, psicológica e social [...].
Nestas próprias diretrizes os elementos articuladores do ensino demonstrado aparecem como a saúde, o desenvolvimento do corpo, as praticas esportivas a tática e a técnica, a relação do corpo com o mundo do trabalho e muitas outras abordagens
Buscando entender que os conteúdos estruturantes da EFE disponibilizados pelas propostas estaduais são importantes, pois os jogos, o esporte, a dança, as lutas e a ginástica são fundamentais para o ser se compreender como humano, pois são meios de fazer com que as crianças e jovens se percebam como gente, como humano, e cresçam como gente vivenciando estes conteúdos estruturantes. Porém estes conteúdos deverão ser utilizados como ferramentas para se chegar a um fim que é o crescimento pessoal como humano, e não como um meio de atingir a plenitude física para o desempenho esportivo ou do trabalho.
A própria diretriz curricular do estado do Paraná percebe que tomou um caminho diferente na pratica daquele do discurso quando reporta na p.18 que “ o currículo básico se caracterizou por uma proposta avançada, em que o mero exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em amplas dimensões”. Na seqüência percebendo que o caminho tomado não foi o mesmo do discurso continua, “No entanto, apresentava uma listagem rígida de conteúdos que de algum modo enfraquecia os pressupostos teóricos metodológicos da pedagogia crítica”.
Assim sendo a própria diretriz concorda que a rigidez dos conteúdos e a falta de capacitação continuada para os profissionais da área na uniformização dos objetivos, enfraqueceram a linha política pedagógica a que se propunha mantendo os aspectos tradicionais do enfoque puramente mecânico e biológico. Portanto, percebe-se claramente que apesar dos esforços feitos para que mudanças na EFE ocorram, estas não chegam sequer perto daquilo que deveria ser, ou das propostas apresentadas. Qualquer tentativa de mudança esbarra na rigidez dos conteúdos voltados para o tecnicismo esportivo, para o enfoque biológico ou físico.
As muitas faculdades de EF, não conseguem tirar do inconsciente coletivo dos alunos que se formam esta linha da educação física, não conseguem fazer os seus alunos entenderem que a EFE não pode mais ficar pautada em desenvolvimento corporal esportivo sem o desenvolvimento intelectual, cultural social e humano, pois senão correm o risco de concordar com Medina quando diz que, “A Educação Física cuida do Corpo e ...Mente”.
Pode parecer absurdo que uma criança não se perceba como humana. Na realidade ela se percebe humana, mas no fundo do seu pensamento, ela não consegue saber o quanto é humano. O ser humano no seu processo de hominização se fez ao atuar sobre a natureza e modifica-la para dela sobreviver e tirar proveito próprio. O aluno dos dias atuais deverá compreender sua posição no mundo e na natureza de forma a modificar sua própria natureza e o local em que vive para melhorar sua própria qualidade de vida. Deverá ser capaz de se sentir gente a ponto de utilizar suas potencialidades humanas para interferir na sua existência e na existência do próprio ambiente ao qual está inserido, contribuindo para o ambiente do todo, do planeta como um todo, e neste sentido a EFE é ferramenta importante e fundamental na construção do mapa neuronal do ser humano, no sentido de o mesmo se reconhecer como gente, pois segundo Medina (1986, p. 46)
[...] Para que tal ocorra, é necessário construir no cérebro uma rede ampla de circuitos neuronais capacitados a comandar a execução dos movimentos. Esta rede de circuitos é como se fosse o mapa de uma grande cidade, quanto maior o conhecimento dos caminhos a percorrer, tanto maior velocidade para se chegar ao lugar de objetivo. Além de conhecer o caminho mais curto a seguir, é necessário também conhecer os atalhos e as alternativas de caminhos a percorrer, caso a primeira via planeja esteja bloqueada por algum motivo. O processo educativo só se completa quando provoca uma mudança com comportamento [...].
Assim sendo, a EFE, que tem a capacidade de desenvolver o ser humano, poderá se utilizar do “jogo” na forma descrita por BASTOS neste Blog, para contribuir neste sentido, e se tornando autônoma da pratica desportiva dela se desvinculando, porém ao mesmo tempo contribuindo para quando a pessoa iniciar na pratica desportiva, a mesma já tenha construído em seu engrama os caminhos necessários tanto ao sentimento de reconhecer-se como um humano melhor e também apto ao aperfeiçoamento esportivo especializado.
Bibliografia
E.F., Órgão Oficial do CONFEF. Revista nº 5, ano II, R. J. Dez. 2002
MEDINA, J.P.S., A Educação Física Cuida do Corpo e ...Mente. Papirus, Campinas, SP – 1989
PARANÁ, Diretrizes Curriculares de Educação Física Para a Educação Básica. HTTP://www.diadiaeducacao.pr.gov.br - 2006
TANI, GO ET all, Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. E.P.U. São Paulo, 2002
SANTA CATARINA, Proposta Curricular , IOESC Florianópolis 1998
A educação física escolar é comumente confundida com educação esportiva escolar. Apesar de, com o passar dos tempos muitas novas propostas de tendências da Educação Física Escola (EFE) estarem sendo apresentada a comunidade escolar, os conteúdos sempre voltar às origens, ou seja, ao desenvolvimento do corpo, da saúde, da pratica esportiva, da formação de atletas, da capacitação de pessoas para o desempenho físico
Neste sentido a revista do (Confef, 2002, p. 5).
Entende-se a Educação Física escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, capacitando-o para usufruir os jogos, os esportes, as danças, as lutas e as ginásticas em beneficio do exercício critico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida.
Muitas vezes tenho me sentido um peixe fora da água quando em debates ou simples conversa com profissionais de Educação Física (EF) sobre as mudanças necessárias na EFE, a quase totalidade fala em mudanças, acredita em mudanças, pensa que está mudando e até tenta mudar as práticas de conteúdos, mas a essência é sempre o desenvolvimento da educação do físico pelo físico, e não do todo pelo físico.
A Proposta Curricular de santa Catarina para a EFE, assim como as diretrizes curriculares do estado do Paraná para a disciplina, estão escritas e enfatizadas que a educação física tem como função principal fazer com que os alunos que ingressarem no ensino infantil e fundamental, aprendam a reconhecerem-se como humanos. No entanto o que esta escrito nestas diretrizes consegue se concretizar em exemplos reais. Nesse sentindo, além de não perceber ninguém neste caminho, sinto certo desconforto em colegas ao abordar este tema, como se esta abordagem fosse própria de outro planeta que não a terra, pois como enfatiza a revista do Confef (2002, p.5).
[...] a disciplina Educação Física Escolar vem se baseando uma prática excludente, muitas vezes voltada para a formação de equipes esportivas representativas das escolas, vista pelos alunos como uma prática recreativa, como uma forma de “quebrar” o tempo do ensino intelectual.
Na verdade a EFE é falada e dita como disciplina fundamental na educação do ser humano, mas na prática o que se ensina cai sempre em direção ao aperfeiçoamento esportivo. Quando se fala em mudanças na EFE, muitos acreditam e fazem seu trabalho voltado não apenas para “jogar bola”, mas entendem que as mudanças pedidas são no sentido de; ensinar regras, ensinar o funcionamento do organismo, ensinar a importância do exercício físico para a saúde, ensinar para que serve o alongamento, ensinar os fundamentos do jogo para jogar bem, utilizar as ferramentas opcionadas como conteúdos estruturantes como um fim e não como um meio.
Segundo Tani et al, (1988, p.74)
[...] que a preocupação em refinar o padrão fundamental do movimento, antes que a performance seja relativamente madura, resultará no completo insucesso por parte da criança, com implicações negativas de ordem fisiológica, psicológica e social [...].
Nestas próprias diretrizes os elementos articuladores do ensino demonstrado aparecem como a saúde, o desenvolvimento do corpo, as praticas esportivas a tática e a técnica, a relação do corpo com o mundo do trabalho e muitas outras abordagens
Buscando entender que os conteúdos estruturantes da EFE disponibilizados pelas propostas estaduais são importantes, pois os jogos, o esporte, a dança, as lutas e a ginástica são fundamentais para o ser se compreender como humano, pois são meios de fazer com que as crianças e jovens se percebam como gente, como humano, e cresçam como gente vivenciando estes conteúdos estruturantes. Porém estes conteúdos deverão ser utilizados como ferramentas para se chegar a um fim que é o crescimento pessoal como humano, e não como um meio de atingir a plenitude física para o desempenho esportivo ou do trabalho.
A própria diretriz curricular do estado do Paraná percebe que tomou um caminho diferente na pratica daquele do discurso quando reporta na p.18 que “ o currículo básico se caracterizou por uma proposta avançada, em que o mero exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em amplas dimensões”. Na seqüência percebendo que o caminho tomado não foi o mesmo do discurso continua, “No entanto, apresentava uma listagem rígida de conteúdos que de algum modo enfraquecia os pressupostos teóricos metodológicos da pedagogia crítica”.
Assim sendo a própria diretriz concorda que a rigidez dos conteúdos e a falta de capacitação continuada para os profissionais da área na uniformização dos objetivos, enfraqueceram a linha política pedagógica a que se propunha mantendo os aspectos tradicionais do enfoque puramente mecânico e biológico. Portanto, percebe-se claramente que apesar dos esforços feitos para que mudanças na EFE ocorram, estas não chegam sequer perto daquilo que deveria ser, ou das propostas apresentadas. Qualquer tentativa de mudança esbarra na rigidez dos conteúdos voltados para o tecnicismo esportivo, para o enfoque biológico ou físico.
As muitas faculdades de EF, não conseguem tirar do inconsciente coletivo dos alunos que se formam esta linha da educação física, não conseguem fazer os seus alunos entenderem que a EFE não pode mais ficar pautada em desenvolvimento corporal esportivo sem o desenvolvimento intelectual, cultural social e humano, pois senão correm o risco de concordar com Medina quando diz que, “A Educação Física cuida do Corpo e ...Mente”.
Pode parecer absurdo que uma criança não se perceba como humana. Na realidade ela se percebe humana, mas no fundo do seu pensamento, ela não consegue saber o quanto é humano. O ser humano no seu processo de hominização se fez ao atuar sobre a natureza e modifica-la para dela sobreviver e tirar proveito próprio. O aluno dos dias atuais deverá compreender sua posição no mundo e na natureza de forma a modificar sua própria natureza e o local em que vive para melhorar sua própria qualidade de vida. Deverá ser capaz de se sentir gente a ponto de utilizar suas potencialidades humanas para interferir na sua existência e na existência do próprio ambiente ao qual está inserido, contribuindo para o ambiente do todo, do planeta como um todo, e neste sentido a EFE é ferramenta importante e fundamental na construção do mapa neuronal do ser humano, no sentido de o mesmo se reconhecer como gente, pois segundo Medina (1986, p. 46)
[...] Para que tal ocorra, é necessário construir no cérebro uma rede ampla de circuitos neuronais capacitados a comandar a execução dos movimentos. Esta rede de circuitos é como se fosse o mapa de uma grande cidade, quanto maior o conhecimento dos caminhos a percorrer, tanto maior velocidade para se chegar ao lugar de objetivo. Além de conhecer o caminho mais curto a seguir, é necessário também conhecer os atalhos e as alternativas de caminhos a percorrer, caso a primeira via planeja esteja bloqueada por algum motivo. O processo educativo só se completa quando provoca uma mudança com comportamento [...].
Assim sendo, a EFE, que tem a capacidade de desenvolver o ser humano, poderá se utilizar do “jogo” na forma descrita por BASTOS neste Blog, para contribuir neste sentido, e se tornando autônoma da pratica desportiva dela se desvinculando, porém ao mesmo tempo contribuindo para quando a pessoa iniciar na pratica desportiva, a mesma já tenha construído em seu engrama os caminhos necessários tanto ao sentimento de reconhecer-se como um humano melhor e também apto ao aperfeiçoamento esportivo especializado.
Bibliografia
E.F., Órgão Oficial do CONFEF. Revista nº 5, ano II, R. J. Dez. 2002
MEDINA, J.P.S., A Educação Física Cuida do Corpo e ...Mente. Papirus, Campinas, SP – 1989
PARANÁ, Diretrizes Curriculares de Educação Física Para a Educação Básica. HTTP://www.diadiaeducacao.pr.gov.br - 2006
TANI, GO ET all, Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. E.P.U. São Paulo, 2002
SANTA CATARINA, Proposta Curricular , IOESC Florianópolis 1998
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